População aprova novo modelo de agendamento que agiliza atendimentos nas unidades de saúde

23/10/2025 às 11:57:33
Fotos: Karla Tavares/SecomPMA

O novo modelo de agendamento de consultas implementado em Aracaju este ano, tem garantido mais fluidez ao atendimento primário nas Unidades de Saúde da Família (USFs). A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), implantou o Acesso Avançado com o propósito de reduzir filas e o tempo de espera para atendimentos. Antes, os usuários precisavam aguardar até um mês para marcar uma consulta. Com o novo sistema, a marcação pode ser realizada a qualquer momento e o atendimento, conforme a disponibilidade de vagas, pode ocorrer no mesmo dia ou em até 72 horas.

A secretária municipal da Saúde, Débora Leite, explica que o Acesso Avançado representa um passo importante na modernização da Atenção Primária à Saúde para proporcionar um atendimento mais humano, ágil e eficiente. “A principal meta da gestão é aproximar o serviço público da realidade dos usuários, reduzindo a burocracia e eliminando as longas filas que antes se formavam nas portas das unidades. Nossa prioridade é garantir que o cidadão seja acolhido no momento em que necessita, sem precisar madrugar para conseguir uma consulta ou esperar semanas por um atendimento. O novo sistema vem justamente para devolver ao usuário o direito de ser acolhido com dignidade e rapidez”, afirmou. 

Para a dona de casa Rosângela do Nascimento, de 46 anos, usuária da USF Osvaldo Leite, no bairro Santa Maria, a mudança trouxe uma melhora perceptível em sua rotina. “Antes era um pouco mais demorado, a gente precisava se programar e torcer para conseguir uma vaga. Mas agora melhorou bastante com esse novo formato. Semana passada agendei uma consulta para minha filha e, na mesma semana, ela foi atendida. Viemos falar com a médica e fomos atendidas na hora. Foi uma mudança que agradou a todos, porque a gente não precisa chegar muito cedo aqui”, relatou.

Sobre a gestão dos agendamentos, a gerente da USF Osvaldo Leite, Thais Araújo Vasconcelos, ressalta que o novo modelo tornou o trabalho das equipes mais ágil e contribuiu para uma melhor organização do fluxo de atendimentos. “Melhorou muito a nossa dinâmica. Aquela rotina do usuário de pegar senha e chegar muito cedo não é mais necessária. Contamos com três equipes de atenção básica, três médicos e três enfermeiras, com atendimento todos os dias. Eu considero esse modelo bem melhor. Quando surge uma demanda que precisa de encaixe, estamos sempre em contato com o médico e a enfermeira para atender o paciente. A prioridade é acolher e não deixar ninguém sem assistência. Afinal, a unidade é o primeiro ponto de contato, o braço da Secretaria junto à comunidade, e isso é muito importante”, destacou.

Com o novo modelo, a Secretaria Municipal da Saúde passou a equilibrar a quantidade de vagas entre consultas agendadas e atendimentos de demanda espontânea, considerando que muitas unidades funcionam em regime de atendimento no mesmo dia. O médico Thiago Lima, da USF Osvaldo Leite, explica que essa mudança trouxe avanços importantes. “A implantação dessa nova agenda ajudou bastante, porque antes os pacientes precisavam ser atendidos no dia, mas havia muito mais vagas para consultas agendadas do que para a demanda espontânea. Isso gerava uma demanda reprimida, muitas vezes maior do que o número de agendamentos disponíveis, o que nos obrigava a ajustar uma agenda que era mais fixa. Hoje, conseguimos atender um número maior de pessoas que não podem esperar uma consulta por um período de um mês”, afirmou.

Moradora da zona norte, a universitária Elaine Nascimento, de 38 anos, usuária da USF José Machado de Souza, localizada no Santos Dumont, afirmou que gostou do novo modelo. “A vantagem agora é que tem atendimento todos os dias, o que é muito bom para pessoas como meu esposo, que faz uso contínuo de medicação e precisa de acompanhamento com a médica. Ele veio para a consulta com ela, foi atendido, e já marcou para outro dia, para acompanhar mesmo. E também os atendimentos ficam mais rápidos, antes a gente marcava, passava um mês e não conseguia ter o feedback com a médica, até os exames laboratoriais acabavam perdendo a validade, tinha que repetir. Então só pelo fato de ter sempre vaga, melhorou bastante”, revelou.

O auxiliar de serviços gerais João Pedro dos Santos, de 25 anos, também aprovou o novo modelo de Acesso Avançado e destacou as melhorias no atendimento da unidade. “Este ano deu para perceber que o serviço melhorou muito. Os médicos são excelentes, atenciosos e pacientes. Com o novo agendamento, vim na sexta-feira, marquei a consulta e hoje já estou sendo atendido. Antes, eu só conseguia depois de dois ou três meses, mas agora melhorou bastante”, comemorou.

Para a médica Letícia Andrade, que atua na USF José Machado de Souza, as mudanças ainda são recentes, mas já apresentam resultados significativos, como a redução no número de faltas às consultas. “Como as consultas são marcadas, na maioria das vezes, para a mesma semana, os pacientes tendem a não faltar. Outro ponto importante é em relação aos exames. Antes, era comum receber resultados feitos em abril ou março apenas no fim do ano, o que muitas vezes exigia novas solicitações. Com o novo modelo de agendamento, os pacientes conseguem retornar em tempo hábil para apresentar os exames e dar continuidade ao tratamento”, destacou.

Acesso Avançado

Implantado em julho como projeto-piloto em seis unidades, o novo modelo de agendamento já foi ampliado e atualmente está presente em 24 USFs. A previsão da Secretaria Municipal da Saúde é de que o sistema chegue a todas as 45 unidades até o fim de outubro.

De acordo com a coordenadora da Rede de Atenção Primária da SMS, Mayra Oliveira, antes do Acesso avançado, as agendas das equipes de Saúde da Família eram centralizadas na SMS. “Uma vez por mês, a Secretaria liberava o sistema e a população precisava correr para marcar consulta. Isso gerava uma sobrecarga enorme nas USFs e as vagas se esgotavam rapidamente. Além disso, cerca de 80% das vagas eram destinadas a consultas agendadas, deixando pouco espaço para a chamada demanda espontânea, aquelas situações que surgem no dia, como uma dor de cabeça, um mal-estar, ou algo leve que não é urgência, mas requer atenção rápida. Esse desequilíbrio dificultava o atendimento no tempo oportuno e ainda aumentava o absenteísmo, porque muitos pacientes agendavam e não compareciam”, disse. 

A gerente reforçou os resultados obtidos. “Foram todos muito positivos. Deixou de existir aquele dia de marcação que gerava filas e correria. Agora, o acesso está mais facilitado. O usuário pode ser atendido no dia em que procura a unidade ou, quando precisa agendar, consegue um horário em poucos dias, geralmente na mesma semana. Em locais com maior demanda, às vezes o agendamento leva um pouco mais de tempo, mas nunca mais um mês. E, se houver necessidade, o paciente é atendido no mesmo dia”, concluiu Mayra Oliveira.

 

 

Fonte: PMA