Prefeita Emília Corrêa inaugura nova sede do Serviço de Acolhimento Caçula Barreto

26/08/2025 às 10:58:20
Foto: Vitor Samuel/PMA

A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, inaugurou nesta segunda-feira, 25, a nova sede do Serviço de Acolhimento Institucional Caçula Barreto, que oferece proteção e acolhimento a crianças e adolescentes com direitos ameaçados ou violados. Sob administração da Prefeitura, por meio da Secretaria da Família e da Assistência Social (Semfas), o novo espaço foi estruturado para garantir convivência, estudo, lazer e atendimento qualificado aos acolhidos. 

“Aqui é um momento em que a gente demonstra o nosso compromisso com o adolescente, com a criança vulnerável, aquela que vem de uma família fragilizada, muitas vezes marcada por problemas e violência. Este espaço vai gerar dignidade, acolhimento, aprendizado e esperança. É isso que estamos fazendo por meio da Secretaria de Assistência. Eu, que venho da Defensoria Pública e presenciei de perto a vulnerabilidade extrema das famílias, hoje tenho a oportunidade de colocar em prática tudo aquilo que aprendemos no Direito, na defesa dessas pessoas”, salientou a prefeita Emília Corrêa durante a solenidade. 

A prefeita também falou sobre a construção da sede definitiva do serviço de acolhimento, cujas tratativas têm avançado. “Estamos trabalhando para construir a sede própria do Caçula Barreto. É necessário que esse espaço transmita a sensação de residência, de lar, e não de instituição. Ambientes que lembrem uma casa vão gerar o sentimento de pertencimento para essas crianças”, destacou.

Para a secretária da Família e da Assistência Social, Simone Valadares, a entrega da nova sede do Caçula Barreto representa um marco importante. “Quando a prefeita Emília assumiu, em janeiro, encontramos nossos adolescentes acolhidos em um imóvel bastante precário. Foi uma determinação imediata dela que buscássemos um espaço adequado, com toda a estrutura e o acolhimento necessários para esses jovens, que já chegam até nós em razão de situações de violência e afastamento familiar. Este novo espaço, ainda que transitório, será um ambiente de muito amor e cuidado, capaz de oferecer o aconchego que eles precisam”, afirmou. Ela destacou ainda as melhorias feitas no local. “O proprietário realizou todas as adaptações necessárias para receber adolescentes. E, depois da entrega, nós concluímos a parte de infraestrutura, com computadores, ar-condicionado, mobiliário e também o paisagismo do ambiente”, acrescentou. 

Recomeço e acolhimento 

Em funcionamento desde 1999, o Serviço de Acolhimento Institucional Caçula Barreto atende atualmente 20 adolescentes, com idades entre 12 e 18 anos. A coordenadora do abrigo, Meyre Santana, destacou que a mudança para a nova sede era muito aguardada. “A importância desse espaço para nós, trabalhadores que lidamos diretamente com os meninos, é enorme. Para eles, representa acolhimento, escuta, superação de desafios e elaboração de um projeto de vida capaz de ressignificar as experiências traumáticas que carregam. A maioria dos adolescentes que chegam até aqui traz na bagagem vivências de violência. Por isso, desde a busca por um novo imóvel até a concretização deste espaço, nossa prioridade foi garantir que ele oferecesse um ambiente de proteção, onde eles pudessem se sentir escutados e acolhidos”, ressaltou.

A nova sede do Caçula Barreto conta com alojamentos masculinos e femininos, equipados com beliches, guarda-roupas e banheiros. O espaço dispõe ainda de sala de jogos, biblioteca, área de conveniência, sala de TV, equipamentos de informática, além de ambientes administrativos destinados aos funcionários.

Para a promotora de Justiça da 8ª Promotoria de Justiça dos Direitos do Cidadão de Aracaju/Infância e Adolescência do Ministério Público do Estado de Sergipe, Maria Lilian Mendes Carvalho, a entrega da sede representa um grande avanço. “O serviço de acolhimento institucional é um serviço protetivo, previsto no SUAS e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), voltado para proteger crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade, afastados da família por diferentes motivos: violência, abandono e outras circunstâncias. O Ministério Público já havia ajuizado diversas ações cobrando melhorias na estrutura do Caçula Barreto, que estava inadequada e precisava atender ao que determina a legislação. Durante muito tempo tentamos avançar e, inclusive, houve decisão do STJ confirmando nossos pedidos. Com a nova gestão, conseguimos dialogar desde a transição, conversamos com a secretária e também com a prefeita Emília, e nesses meses essa mudança se concretizou”, comemorou.

“Este espaço é acolhedor, do jeito que meninos e meninas merecem. Toda criança e adolescente tem direito a proteção, a ser reconhecido como pessoa em desenvolvimento e a viver em um ambiente digno. Precisamos seguir nesse caminho, para que esse direito chegue, de fato, àqueles que tantas vezes permanecem invisíveis aos olhos da sociedade”, salientou a promotora Maria Lilian.

A juíza Rosa Geane Nascimento, titular da 16ª Vara Cível – Vara da Infância e Juventude da Comarca de Aracaju, que atua há 16 anos na área, também elogiou a nova sede, considerada por ela uma das melhores desde a fundação do abrigo. “Estamos trabalhando com qualidade de vida e de acolhimento. As crianças precisam sentir esse cuidado. Mesmo sendo uma instituição, a unidade deve transmitir acolhimento e carinho para jovens que já chegam tão vulnerabilizados pelo sistema. Conheci vários lugares onde o Caçula Barreto funcionou e sinto que esta casa é uma das melhores pelas quais já passamos”, afirmou. Ela destacou ainda a importância de reforçar nos acolhidos o sentimento de pertencimento. “Se conseguirmos construir essa preparação, teremos uma casa bem cuidada por muito tempo”, concluiu.

 

Fonte: PMA