Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju alerta sobre casos de devolução de animais e a importância do tempo de adaptação após adoção

01/10/2025 às 12:29:40
Protetora Cristiane Nogueira da ONG Canto Animal - Foto: Sema

A promoção da adoção responsável de animais é um dos eixos de atuação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), por meio do programa Aju Animal. A iniciativa inclui campanhas periódicas em parceria com Organizações Não Governamentais (ONGs) de proteção animal e a disponibilização de um catálogo digital com pets aptos para adoção.

Apesar dos esforços, uma situação recorrente tem preocupado a Sema: a devolução de animais pouco tempo após serem adotados. Na última campanha, realizada nos dias 16 e 17 de agosto, dois casos desse tipo foram registrados. Além de causar sofrimento aos animais, essa atitude vai na contramão do objetivo central das campanhas, que é promover o bem-estar e a responsabilidade na adoção.

Os primeiros dias na nova casa são cruciais para o animal. “Quando estamos em um evento de adoção, os animais estão ali em exposição e, muitas vezes, surge uma pessoa ou família interessada em adotar. Nesse momento, é fundamental que todos os membros da família estejam cientes do que essa decisão representa. O animal precisa de um tempo de adaptação, independentemente de ter vindo de um resgate ou não. Ele precisa se ajustar ao ritmo e ao estilo de vida da nova família”, explica Cristiane Nogueira, da ONG Canto Animal.

Cristiane destaca ainda o papel dos protetores no processo: orientar bem o tutor sobre o período de adaptação e o que virá depois. “Um animal saudável vai brincar, fazer bagunça, urinar e defecar várias vezes ao dia, vai precisar de brinquedos, alimentação nos horários certos, entre outras coisas. A família precisa estar preparada e, principalmente, disposta a lidar com essa nova rotina”, ressalta.

O processo de adoção deve ser uma decisão consciente e responsável. “Ao adotar, a família assume a responsabilidade por aquele animal, e o abandono ou devolução não deveriam ser opções para o tutor. A adaptação pode levar dias ou semanas, mas o vínculo que se cria é para a vida toda. Adoção responsável também inclui a resiliência de lidar com a adaptação do animal”, explica o médico veterinário da Sema, Jailson Dias.

A protetora Gisele Gil, responsável pela ONG Thundercat, também destaca que a devolução de animais após a adoção é um problema recorrente. “Infelizmente, esses casos são comuns. As pessoas precisam entender que o animal tem o seu próprio tempo de adaptação. Muitos deles vêm de situações de maus-tratos, abandono... então é natural que não tenham o mesmo comportamento de um cão ou gato criado desde filhote, com segurança e amor”.

É fundamental que quem pensa em adotar compreenda que existe um processo de adaptação que exige paciência, dedicação e responsabilidade. “Quando conseguimos uma adoção, ficamos felizes, acreditando que aquele será o recomeço feliz da vida do animal. Mas muitas vezes não é assim. Na primeira semana, se o animal não corresponder à expectativa, é devolvido. Por isso, reforço: cada animal tem seu tempo. Adotar é um ato de amor, mas também de responsabilidade”, reitera Gisele.

 

Fonte: PMA