Estarrecedora. Essa foi a palavra usada pelo deputado estadual Luciano Pimentel (Progressistas) para descrever a forma com que o presidente Lula recepcionou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nessa segunda-feira, 29. Na tribuna da Assembleia Legislativa, durante a sessão plenária desta terça-feira, 30, o parlamentar fez um pronunciamento em tom de repúdio a postura do Governo Federal.
"Entendo que o Brasil deve reatar relações com todos os países, especialmente com a Venezuela, tendo em vista que a fronteira entre os dois países corresponde a uma extensão de mais de 2.000 km. Entretanto, não podemos conceder a um ditador como Nicolás Maduro a mesma recepção de chefe de Estado importante", enfatizou Luciano Pimentel.
Citando uma matéria publicada recentemente pela BBC News Brasil, o deputado ressaltou entidades como a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e a Organização das Nações Unidas (ONU) acusam o governo comandado por Maduro de ser uma ditadura que usa da violência, com métodos que incluem execuções, sequestros, estupros e prisão de opositores, para manter o poder. Iniciado por Hugo Chávez, o grupo político de Maduro está no poder na Venezuela de forma ininterrupta desde 1999.
"Um país que tinha tudo, sendo um dos mais ricos do mundo em reserva de petróleo, hoje tem um salário mínimo de 130 bolívares mensais, equivalente em dólares a US$ 5,25 e em reais a R$ 26,4. É considerado o salário mais baixo da América Latina. Menor, inclusive, que o de Cuba, equivalente em dólares a US$ 17,5 e em reais a R$ 88", destacou Pimentel ao apontar a situação econômica da Venezuela, que saiu da hiperinflação em dezembro de 2021, e traçar um paralelo com o regime ditatorial adotado no país.
Encerrando sua fala, o parlamentar frisou que o tratamento dispensado a Maduro não condiz com a seriedade das acusações imputadas a ele. "Fiquei estarrecido de ver a pompa com que o governo brasileiro recebeu esse grande ditador, que é Nicolás Maduro. Registro aqui o meu repúdio a posição do governo e reitero: minha crítica não é a tentativa de reatar relações, que é salutar para o desenvolvimento do Brasil. O problema está em proporcionar uma recepção de estadista a um dos maiores ditadores do mundo", disse Luciano Pimentel.
Da Assessoria