A deputada estadual Ana Lúcia ocupou a tribuna da ALESE na manhã desta quinta-feira, 26, para, mais uma vez, reforçar a importância da pauta de reivindicação dos professores da rede estadual, em greve desde o dia 2 de junho, e apelar ao governo do Estado o retorno das negociações e a revogação da Lei 213.

A parlamentar usou ainda a tribuna para apresentar um vídeo do editorial do telejornal da TV Tarobá, afiliada à Band do município de Londrina, no Paraná. Durante o vídeo, exibido ao vivo em 25 de abril deste ano, o jornalista Diogo Hutt apela, em tom de desabafo, à sociedade brasileira para que esta apoie a luta dos professores e professoras por condições dignas de trabalho.

Ana Lúcia lamentou a situação dos professores e professoras da rede estadual e reforçou a necessidade de o governo do Estado reconhecer o papel estratégico da categoria para o desenvolvimento da sociedade. “Hoje, um professor doutor que está em sala de aula, não chega a receber 5 mil reais bruto. Essa é a remuneração dos professores da rede deste estado. Esta é a remuneração dos professores que educam a população sergipana”, lamentou a parlamentar.

“O que nós estamos pedindo é o restabelecimento da nossa carreira para que a diferença entre os níveis retorne ao patamar anterior”, desabafou a parlamentar. A Lei 213, reduziu drasticamente o escalonamento entre os níveis, de modo que um professor de nível superior tinha uma diferença de 40% em relação ao de nível médio. Hoje, esta diferença foi reduzida para apenas 14,5%. Uma das consequências da redução desta discrepância é a falta de estímulo para os professores permanecerem se qualificando academicamente. “Se a essência do trabalho do professor é estudar, porque não estimular o estudo para esses educadores e educadoras?”, questionou Ana Lúcia.

A proposta do Sintese é de que a recuperação dessa perda gerada pela Lei 213 possa ser feita a longo prazo, a partir da receita da própria educação. Este ano, por exemplo, o reajuste do piso salarial regulamentado pelo MEC é de 8,32%, enquanto a receita da educação, até o momento, já cresceu 13%. “O que estamos pedindo é que essa diferença da receita com relação ao piso na carreira comece a ser usada para que os professores retomem a sua situação de diferença de 40%”, solicitou.

Ana Lúcia conclamou para que o Governo do Estado negocie ainda nesta quinta-feira com a categoria a fim de sanar os impasses antes do recesso do legislativo estadual. “Apelo ao meu governo que encaminhe à ALESE o Projeto de Lei revogando a Lei 213 para que amanhã esta casa possa votar e reconhecer que o percentual do piso é um direito dos professores conquistado depois de 23 anos de luta”, defendeu reforçando que o reconhecimento do piso na carreira significa 8,32% de reajuste aos professores de nível médio e para todas os profissionais da rede estadual.

A parlamentar pediu ainda o apoio de outros segmentos da sociedade para a defesa da luta dos trabalhadores da educação. “Conclamo o apoio de todos os parlamenteares, da sociedade civil e de todos os trabalhadores aqui presentes para que possamos recuperar nossa carreira e dar condições dignas de trabalho aos professores e professoras da rede estadual”, finalizou.