O ano ainda não acabou e as apreensões realizadas pelas Polícias Federal e Civil em Sergipe já chegaram a cerca de seis toneladas. Segundo dados da PF, o número de apreensões realizadas pelo órgão em comparação com todo ano passado subiu aproximadamente 50%. A maioria desses entorpecentes apreendidos foi de maconha. A PF apreendeu nesses oito meses do ano, 5,1 toneladas de maconha e 370 quilos de cocaína. A PC, por meio do Departamento de Narcóticos (Denarc) tem números mais modestos, mas não menos insignificantes, já que atua no “varejo” do tráfico de drogas. Este ano foram 186 quilos de maconha e 14,5 de cocaína.
Em 2014, a PF apreendeu 2,8 toneladas de maconha e 550 quilos de cocaína (que inclui a pasta base e crack). Em oito meses deste ano, os números surpreendem. Os agentes apreenderam 5,1 toneladas de maconha e 370 quilos de cocaína (que inclui a pasta base e crack). Os números apresentados pelo Departamento de Narcóticos este ano foram 186 quilos de maconha e 17,7 de cocaína e crack.
Segundo a PF, maior parte da droga apreendida seria comercializada no Nordeste, o que reforça que Sergipe faz parte da rota do tráfico para região. Já que o Estado é cortado por uma das principais rodovias federais: a BR-101. Devido a quantidade de apreensões ocorridas na região do município de Cristinápolis, na divisa com a Bahia, fez o traficante mudar a estratégia. “Tem se utilizado muito a BR-116 que passa em Feira de Santana (BA) e entra em Sergipe por vias estaduais”, disse o agente da PF, Márcio Lopes, que atua na Delegacia de Repressão a
Entorpecentes em Sergipe
Levantamento feito pela Polícia Federal aponta que a maconha apreendida em Sergipe é de origem paraguaia (apontada como de melhor qualidade) de grande aceitabilidade no mercado, porém segue um roteiro até chegar ao Nordeste. “Geralmente esta droga não vem direto do Paraguai. Ela sai do país vizinho, que é o maior produtor de maconha do mundo, e segue para os Estados da região Sudeste e depois enviada para o Nordeste”, comentou Lopes.
Para o agente da PF, o crescimento nas apreensões é resultado do trabalho investigativo da PF e que o ano passado foi atípico, em virtude da realização da Copa do Mundo no Brasil. “A equipe é reduzida, porém muito experiente. O trabalho realizado em Sergipe já foi apontado como um dos melhores do país na apreensão de drogas. São homens com experiência nas fronteiras e cursos até mesmo nos Estados Unidos. Ano passado houve a Copa do Mundo e tivemos uma maior fiscalização nas fronteiras, e os traficantes arriscaram menos e assim diminuiu a distribuição”, destacou.
Perfil
Até agosto, a PF prendeu 30 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, a maior parte deles, nordestinos, além de sul-mato-grossense. De acordo com Márcio Lopes, são pessoas em busca do dinheiro fácil. Indagado sobre o motivo das pessoas presas, geralmente, não terem registro policial, o agente da PF explicou: “são pessoas que fizeram várias vezes, mas nunca foram presas. Foi dando certo e ele foi gostando, no entanto um dia é surpreendido e acaba preso”.
Já o Denarc registrou este ano, 171 prisões sendo 152 homens e 19 mulheres. Segundo o delegado Flávio Albuquerque, diretor do Denarc, o perfil do traficante sergipano é homem, na faixa até 40 anos, ex-presidiário, em regra, preso em virtude pelo próprio tráfico de drogas. Utiliza arma de fogo por segurança pessoal, como também para impor medo na comunidade e também buscar eliminar o desafeto.
Questionado sobre comentários de que a PF apreende toneladas de maconha e “deixa passar” outras dezenas, Márcio Lopes respondeu prontamente: “são opiniões de pessoas que não acreditam e não confiam nas forças policiais”, rebateu.