Aracaju, finalmente, pode dizer que está evoluindo no mercado de artes e peças exclusivas. Quem conta essa história é o leiloeiro Joel Cocenza, experiente leiloeiro oficial com mais de 38 anos de trajetória bem sucedida pelos maiores leilões do País. “Tenho uma meta e uma responsabilidade com o artista sergipano. Começamos a fazer leilões de artes em Sergipe e alguns já estão valendo mais do que valiam quando chegamos aqui”, comemora.
Jornalista, publicitário e fotógrafo, Joel foi o 25º fotógrafo de publicidade e moda da América do Sul. Trabalhou na TV Manchete por muitos anos, tanto como jornalista, quanto como fotógrafo e lá conheceu Ibrahim Sued, colunista social extremamente respeitado no Rio de Janeiro e São Paulo. Junto a ele fez sua primeira exposição na galeria B75, no Rio de Janeiro, galeria esta que era do próprio Ibraim em parceria com Fernando Andrade. Trouxe o Alberi, e a exposição vendeu tudo. A partir daí passou a frequentar os maiores leilões e nunca mais quis sair do negócio. “O leilão se tornou uma paixão. Já fui captador de vários leiloeiros, já fui captador do Roberto Haddad, do banco das artes, ajudei a montar o antiquário e um leilão chamado Antiquiart, participei de vários leilões do Leoni, uma grande marca na década de 70 no RJ, Gouveia Magalhães em São Paulo que até hoje faz leilões, tem um leiloeiro que faz tapeçarias, trabalhei com ele e fui captando know-how”, conta.
Joel foi responsável pela primeira galeria de arte de Mato Grosso do Sul, fez o primeiro leilão de lance livre e iniciou o mercado de arte em Campo Grande. “Tenho muito orgulho em dizer que lá deixei uma semente”, afirma.
Depois de muitas visitas a Aracaju, Joel decidiu fazer leilões para valorizar artistas da terra. “Comecei a fazer leilões mistos, com artistas locais, nacionais e internacionais. Queria brigar por uma causa: a valorização dos artistas locais”, revela.
Joel é responsável por todo o processo preparatório do leilão. “Muitas pessoas trazem as peças e eu faço uma avaliação de acordo com uma pesquisa. Se o artista é conhecido, tem um valor, se não é, naturalmente, fica mais barato. Eu vou atrás dos colecionadores, galerias, importadores, faço uma seleção de produtos e fazemos uma consignação. O leilão é aberto a todas as pessoas que queiram colocar alguma peça para leiloar”.
Para Joel, o leilão é o melhor e mais democrático negócio que existe. “Temos aqui diversas obras de arte que são conhecidas em diversos leilões nacionais, internacionais. Então, se um quadro der R$ 500 em um leilão, jamais poderia colocar aqui para vender por R$ 3 mil. Então existe a garantia da liquidez e se você for um colecionador, você terá garantia do que está investindo. Você está comprando uma obra abaixo do custo”, explica ao ressaltar que muitos antiquários visitam leilões para fazer investimento. “É, sem dúvida, uma grande oportunidade de negócio”.
Leilão de peças decorativas
Nos próximos dias 16,17 e 18 de junho acontecerá a partir das 19h o primeiro leilão de peças decorativas realizado em Aracaju. O evento será realizado na Rua Itabaiana, ao lado do Colégio Dom Luciano, no escritório do leiloeiro Joel Cocenza, em Aracaju. “Estamos com o modernismo tomando conta do mercado nacional. Os arquitetos estão projetando, segundo eles, uma coisa mais nova, por isso a minha proposta de fazer cristais, porcelanas, relógios, obras de arte, para atingir esse público que busca peças para os novos apartamentos”.
Ao todo serão 300 lotes de peças decorativas. Entre peças modernas, existe uma de mil anos. Uma peça de metal diferente de tudo que se pode ver.
Esse leilão vale a pena porque são peças escolhidas de vários importadores. Se fossem vendidas em uma loja, custariam 10 vezes o valor. “O cliente pode pagar no dia do pregão por R$ 300 uma peça que custa R$ 5 mil”, revela.
Aliás, quem nunca participou de um leilão e não conhece muito sobre arte e antiguidade, tem no período de exposição a chance de se informar. “Eu penso que a arte tem que ser desmistificada, tem que estar ao alcance das pessoas. Então, quando chega alguém dizendo ‘ah, nunca tive, não sei como funciona…’, eu faço questão de mostrar o que é um objeto bom, de dar atenção, pra que a pessoa goste e passe a frequentar”, diz ele, frisando que ali, muitas vezes os preços são mais convidativos do que os de objetos novos em loja de decoração.
O desconto de uma peça pode chegar a 90% no lance inicial. “No lance inicial, as peças são ofertadas com uma média de 90% de desconto em relação ao valor de mercado, e são vendidas por cerca de 50% do preço no lance final”, revela Joel.
Você pode encontrar lotes (um objeto ou conjunto de objetos a ser leiloado) que partem de lance livre, um valor bem baixo e que pode variar de uma casa para outra. Obviamente, o valor final de um lote depende do interesse que ele desperta nos compradores, e se a disputa for acirrada, o preço de arremate pode surpreender.