A segunda rodada da negociação salarial da categoria terminou novamente sem acordo. Na reunião de terça-feira, 10, na sede da Federação do Comércio do Estado de Sergipe –, os empresários do setor mantiveram a mesma proposta apresentada anteriormente e o novo acordo coletivo da categoria segue indefinido. Uma nova rodada está marcada para segunda-feira (16), às 16h30, na Fecomércio/SE.
As principais reivindicações dos comerciários são: piso unificado de dois salários mínimos, reajuste real de 15% e reposição das perdas em 100% do INPC - Índice Nacional de Preço ao Consumidor. A categoria também cobra adicional de 150% da hora extra; 40 horas semanais de trabalho, ticket refeição, cesta básica, auxílio creche e que toda convenção coletiva de trabalho em vigor seja ratificada.
A questão da implantação do banco de horas foi novamente uma das principais discussões da rodada. O presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços– Fecomse, Ronildo Almeida, afirma que a proposta do setor patronal não é condizente coma realidade dos trabalhadores que lutam por redução da carga horária de trabalho.
“Reeditar o famigerado banco de horas, que tanto prejuízo causou aotrabalhador, é uma proposta indecente, contrária ao movimento nacional em defesade uma jornada de trabalho menor. A classe política que defende tanto o setor patronal tem que entender que do outro lado do balcão tem uma categoria que necessita de reajuste salarial, condições de trabalho, e novas conquistas.O governador do estado também precisa saber da difícil situação que passa os trabalhadores do comércio, com baixos salários”.
Negociação separada
As discussões ainda não têm data para acabar.O presidente da Federação dos Comerciários diz que a falta de liderança no setor patronal está dificultando o processo de negociação. “Pela primeira vez os representantes dos setores do Comércio não querem negociar unificado. A gente vê com preocupação essa falta de uma liderança que unifique o processo de negociação. Cada representante de setor puxa para um lado, quando a gente sabe que a necessidade do trabalhador tanto faz na farmácia, supermercado, loja, é a mesma”, afirma Ronildo Almeida.
A pauta de reivindicações foi entregue em 28 de março à direção da Federação do Comércio do Estado de Sergipe – Fecomércio, porque a data-base da categoria é 1º de maio. Os representantes dos comerciários esperam que na reunião da próxima segunda-feira os patrões apresentem uma “proposta decente para as reivindicações da categoria”.