A população de Itabaiana estranhou um fato que aconteceu na sexta, 20. É que dezenas de professores, com bandeiras do Sintese (Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Sergipe), ocuparam um trecho da avenida onde, em frente, funciona a FM Princesa. É que na emissora estava o governador Jackson Barreto (PMDB), que concedia entrevista. Com carro de som, discursos e muito barulho, os profissionais do magistério protestavam contra a falta de compromisso do governador com as reivindicações salariais da categoria.

 

Na quarta-feira, 18, o secretário da Fazenda, Jeferson Passos, em nome do governo, apresentou uma proposta condicionada ao crescimento da receita e que não garante a reestruturação da carreira do magistério. E, para piorar a situação, o governo também não se compromete a pagar o reajuste do piso para todos os níveis da carreira do magistério estadual. “O Governo de Sergipe apresenta aos professores um cenário tenebroso, pois não garante a reestruturação da carreira dos professores da rede estadual e deixa a situação ainda mais difícil ao não apresentar garantias de que o reajuste do piso será efetivado para todos os níveis. Tal decisão política é desastrosa”, avalia a presidenta do Sintese, Ângela Maria de Melo.

 

Mas qual o motivo do estranhamento ao ato de protesto público dos professores? É que há um ano e meio que não se vê mais professor nas ruas de Itabaiana para reivindicar direitos ou até mesmo o pagamento do salário, como na gestão de Luciano Bispo (PMDB). Aliás, educação em Itabaiana era caso de polícia. Por várias vezes, dirigentes do Sintese prestaram queixa na delegacia porque passavam 40, 50 dias sem receber seus salários. Era um descaso, um desrespeito total com o magistério que, apesar das constantes greves, não conseguia avançar na conquista dos seus direitos básicos. Hoje, a situação é bem diferente. O prefeito Valmir de Francisquinho (PR), apesar da caótica situação financeira com que encontrou as finanças do município, fez de Itabaiana a primeira cidade de Sergipe a pagar o Piso Nacional do Magistério.

 

Além disso, concedeu 5% de regência de classe; meio por cento de escalonamento vertical no início do ano; paga 60% do décimo terceiro salário na data do aniversário de cada professor e, no dia em que o magistério do Estado protesta em frente à emissora, transferiu para o banco o salário dos professores da rede municipal. Ou seja, em Itabaiana, professor já estava com o dinheiro na conta referente ao salário de junho. É ou não, diante de tanta diferença, de se estranhar em ver professores de volta às ruas? Só que dessa vez o alvo foi o governador e aliado do ex-prefeito Luciano Bispo, que parece estar dando conselhos ao seu líder maior.

 

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