Dezenove municípios sergipanos registraram ocorrências causadas pelas fortes chuvas da última semana. Em dezessete deles, os eventos estão sendo geridos pelas respectivas coordenadorias municipais de Defesa Civil: Itabaiana, Carira, Nossa Senhora Aparecida, Capela, Nossa Senhora das Dores, Umbaúba, Graccho Cardoso, Gararu, Macambira, Siriri, Propriá, Canindé de São Francisco, Simão Dias, Estância, Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora da Glória. Nos casos de Tobias Barreto e Itabaianinha, onde os impactos registrados foram maiores, a Defesa Civil Estadual está aguardando o reconhecimento federal da situação de emergência decretada pelo Governo Estadual, para a captação de recursos para ações de resposta.
Nos demais municípios, os impactos mais recorrentes foram alagamentos, inundações, transbordamento de rios e açudes. Também foram registradas estradas vicinais danificadas em Graccho Cardoso (Povoado Poço dos Paus ficou ilhado por 24 horas sem acesso local), Gararu e Siriri; vias bloqueadas em Canindé, devido a deslizamento e movimento de massa – felizmente, sem vítimas; e um deslizamento de encosta na Rodovia 464, em São Cristóvão. Em Simão Dias, uma enxurrada causou o rompimento da tubulação de drenagem e do paralelepípedo, além da queda do muro de uma residência. Em Capela, uma enchente também ocasionou a ruptura na tubulação de drenagem.
Em Siriri, uma obra de pavimentação em paralelepípedos no povoado Lagoa Grande foi parcialmente destruída pela força e correnteza das águas das chuvas; e a destruição das cabeceiras de uma ponte (passagem molhada) deixou o Povoado Fazendinha e comunidades Siriba e Narpun ilhados, sem condições para o tráfego de veículos. A secretaria de obras do município fez a recuperação, normalizando o tráfego no local. Em São Cristóvão, uma residência desmoronou no povoado Cardoso, sem feridos. A família está sendo atendida pela Assistência Social.
Segundo dados passados pelas coordenadorias municipais de Defesa Civil, até a última segunda-feira (5), as fortes chuvas registradas deixaram 87 pessoas desalojadas, sendo 73 em Tobias Barreto, 9 em Propriá, 3 em Graccho Cardoso, 1 em Estância e 1 em Macambira; e 42 pessoas desabrigadas, sendo 16 em Tobias Barreto, 11 em Carira, 7 em São Cristóvão, 5 em Capela e 3 em Nossa Senhora da Glória.
A major Emanuela Cruz, coordenadora de planejamento e gestão de risco da Defesa Civil Estadual, explica que se considera “desalojadas” aquelas pessoas que ficaram nas casas de familiares ou amigos; e “desabrigadas” aquelas que precisaram ser abrigadas pelo poder público. “É importante também dizer que muitas dessas pessoas já retornaram para as suas casas, porque a situação de normalidade foi restabelecida. Os níveis dos rios baixaram e a limpeza pública já vem sendo realizada”, afirma ao explicar a dinâmica dos números atualizados.
De acordo com o Tenente Coronel Luciano Queiroz, superintendente da Defesa Civil Estadual, à exceção do caso de Tobias Barreto, onde o volume de chuvas foi mais intenso afetando 431 pessoas, e abriu-se uma vala na rodovia SE-290 ocasionando dois óbitos; as ocorrências registradas nos demais municípios são consideradas de menor gravidade. “Não houve nenhum caso similar ao de Tobias Barreto ou aquele que impactou Riachuelo nas chuvas de 2019. As próprias coordenadorias municipais de Defesa Civil e as prefeituras estão encaminhando a gestão dos danos e administrando ações de resposta e recuperação de estruturas e vias públicas, com o nosso acompanhamento e prontidão para o apoio, nos casos em que for necessário”, avalia.
A Defesa Civil Estadual está concluindo a fase documental junto à Secretaria Nacional de Defesa Civil, após a análise do decreto expedido pelo Governo de Sergipe em 30 de novembro, para que seja possível abrir a solicitação de recursos federais para ações de resposta nos municípios de Tobias Barreto e Itabaianinha. Ao mesmo tempo, equipes técnicas a serviço da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) estão realizando a análise para elaboração de orçamento e plano de trabalho detalhado das obras necessárias na região.
Fonte: Sedurbs