Em Lagarto, vereadores reclamam do "baixo salário"
Ítalo Duarte
Ítalo Duarte
Ítalo Duarte
07/08/2014 -

O dinheiro não está sobrando no final do mês. É essa a avaliação que alguns vereadores fizeram na sessão desta quinta-feira (7) na Câmara Municipal de Lagarto do salário que recebem mensalmente. O plenário serviu na manhã de hoje para muitos deles manifestarem o descontentamento com a remuneração.

Cláudio de Dona Leu (PP) tomou como exemplo o presidente da câmara, Fraga da Brasília (PSDB). Segundo o líder da situação, o presidente está tendo de conviver com R$ 900 ao fim do mês, já que descontados tributos e valores referentes a empréstimos é esse o valor sacado por Fraga. O presidente confirmou a informação.

Fábio Frank (PCdoB) também acredita que o salário de R$ 8 mil para atuar como vereador não tem sido compatível. "A gente sobrevive com um salário que é inferior aos demais políticos", opinou o comunista em aparte. Segundo ele, isso tem causado dificuldades para patrocinar eventos e dar suporte aos moradores das comunidades onde os vereadores atuam, como encaminhar a uma consulta médica, por exemplo.

Quem também concordou com a opinião de Fábio foi a vereadora Marta da Dengue (PP). "Pensam que o vereador tem dinheiro os 30 dias do mês", afirmou a vereadora em aparte, durante o uso da tribuna por Cláudio de Dona Leu.

Já o vereador Carlos da Brasília (SSD) usou o próprio salário como exemplo. Ele afirmou que, após serem descontados os impostos, recebe pouco mais de R$ 6 mil. Pedrinho da Telergipe (PR) já havia divulgado também que descontos como impostos e empréstimos sugam metade do seu salário.

Quanto à aposentadoria como vereador, Valmir de Carminho (PV) pareceu não concordar com o que está em atualmente em vigor no Brasil. Ele usou a carreira política do pai para ilustrar a situação. De acordo com ele, Carminho da Ambulância tem dois mandatos como vereador em Lagarto, mas terá de se aposentar como lavrador.
Professores
A paralisação dos professores voltou novamente como tema de debate no plenário da câmara. Pela segunda sessão seguida os vereadores opinaram sobre a suspensão das aulas no município. Uns manifestaram apoio à paralisação, já outros entendem que não há necessidade de interromper as aulas.

Enilton da Farmácia (PMDB) lembrou a reunião que alguns vereadores tiveram ontem (6) com o prefeito de Lagarto, Lila Fraga (PSDB). Ele mais uma vez frisou os problemas financeiros enfrentados pelo município. Da reunião, Enilton destacou justamente a dificuldade relatada por Lila em pagar os professores.

Presente também no encontro com o prefeito, Pedrinho afirmou ter solicitado uma audiência entre município e SINTESE, mas Cláudio de Dona Leu ressaltou: "Todas as vezes que foi solicitada uma reunião, sempre foi atendida".

"Não era preciso essa desumanidade que está acontecendo com nossos alunos. Quando o professor não vai para sala de aula tem o direito de cobrar o salário?", questionou a suspensão das aulas o vereador Cláudio.

De acordo com Xexeu, se fosse ele o responsável por resolver esse problema, já o teria feito cortando gastos de outros setores. "Isso já vem se arrastando faz tempo. É feio para o município", disse.

Em contraponto a Cláudio e Enilton, Carlos da Brasília lançou uma reflexão: "Pelo que eu vi aqui, a prefeitura não tem dinheiro para pagar e os professores são os culpados". O vereador sugeriu que o sindicato montasse uma comissão para fiscalizar verbas federais repassadas à Secretaria Municipal de Educação (SEMED).

A próxima sessão está marcada para terça-feira, 12 de agosto, no horário regimentar, às 9h.