Federação denuncia concessionárias de veículos por prática antissindical
De acordo com o Ronildo Almeida, concessionárias estariam coagindo seus funcionários/Foto: Fecomse
De acordo com o Ronildo Almeida, concessionárias estariam coagindo seus funcionários/Foto: Fecomse
Ascom/Fecomse
26/06/2014 -

A denúncia contra duas empresas empresas que atuam com consórcio de veículos em Aracaju está sendo encaminhada ao Ministério Público do Trabalho para que seja investigada a suposta conduta.

 

De acordo com o presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços do Estado de Sergipe, Fecomse, Ronildo Almeida, as concessionárias estariam coagindo seus funcionários, com a ameaça de perda do emprego, a assinarem uma lista desautorizando o sindicato da categoria a representá-los no processo de negociação para fechamento do acordo coletivo de trabalho 2014/2015.

 

Os comerciários estão, há um mês, em negociação salarial com todos os setores do comércio. Os patrões querem o retorno do banco de horas ao invés do pagamento de hora extra. Há informes de que uma das concessionárias, por meio do departamento de Recursos Humanos, fez correr uma lista na empresa, com a orientação de que os empregados a assinassem, manifestando a sua concordância com o banco de horas, que já havia sido rejeitado pela categoria nas rodadas de negociações.

 

“Foi informado pelo gerente que quem não assinasse o documento seria dispensado. Essa prática desleal, antijurídica e antissindical caracterizam vingança e perseguição à categoria, incabíveis nesse momento de processo de negociação, por isso estamos solicitando uma investigação promovida pelo Ministério Público do Trabalho”, declarou o presidente da Fecomse.

 

Falta de diálogo

 

Segundo o sindicalista, essas empresas não têm interesse em negociar com o sindicato que representa à categoria, dificultando o processo de negociação com a falta de diálogo. Os empregados das concessionárias estão há dois anos sem reajuste salarial porque as empresas se recusaram a assinar o acordo coletivo de trabalho referente a 2013/2014, assinado pelos demais setores do comércio.  O dissídio está tramitando na Justiça do Trabalho. 

 

“Tem concessionárias de veículos pagando salário mínimo aos empregados, valor inferior ao piso da categoria que é pago pelos demais setores do comércio, e ainda querem impor o banco de horas. São empresários que fazem parte da sociedade, mas com condutaque viola, além da liberdade e autonomia do sindicato, o direito individual do trabalhador”, disse Ronildo.

 

Além de recorrer ao Ministério Público do Trabalho, a Federação dos Comerciários pede a intervenção do governador do Estado, Jackson Barreto, e da classe política para tentar resolver esse problema.