Hospital de Lagarto garante qualidade na higienização da unidade
Tito Lívio de Santana
23/06/2014 -

“Acompanho pacientes há pelo menos cinco anos, já estive em diversos hospitais, inclusive em outros estados. Há pelo menos três meses venho aqui ao Hospital de Lagarto e posso dizer com segurança: ainda não vi um serviço de higienização como o daqui, nunca vi nada parecido. Realmente nem tem cheiro de hospital”. A afirmação é do acompanhante de paciente hospitalar, José dos Santos Cerqueira, de 46 anos, natural do município baiano de São Miguel das Matas, mas que reside atualmente em Simão Dias, também na região Centro-Sul de Sergipe.

A declaração de José Cerqueira traduz o reconhecimento de pacientes, familiares e acompanhantes à eficiência do serviço de higienização do Hospital Regional de Lagarto, gerenciado pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS). Assim como ele, a dona de casa Josefa Jeane de Jesus, de 31, também elogia a manutenção da unidade.

“A limpeza daqui é muito boa. Vejo fazer em todas as áreas, paredes e piso”, disse a dona de casa, natural do município de Tobias Barreto, enquanto acompanhava o filho de apenas 4 meses.

De acordo com o superintendente da unidade, Oldegar Alves Júnior, o cuidado especial com a higienização sempre foi uma prioridade da gestão do HRL desde sua inauguração. “Esta sempre foi uma preocupação de todos os gestores, visando garantir uma maior tranquilidade aos pacientes que já chegam em sofrimento à  unidade de saúde: ofertar um ambiente hospitalar mais limpo, sem o cheiro característico de hospital, proporciona não somente maior conforto, mas também mais segurança na condução terapêutica do paciente”, ressalta.

Estrutura

Para manter todo o ambiente hospitalar limpo, o hospital mobiliza uma equipe de 27 pessoas. De acordo com Nelson Menezes dos Passos, gerente-encarregado da empresa terceirizada responsável pelo setor, são 16 funcionários que trabalham na higienização na unidade pelo dia (das 7 às 19h), divididos em duas equipes que se revezam alternadamente durante toda a semana. Já á noite, são mais oito colaboradores, que atuam das 19h às 7h do dia seguinte, também distribuídos em duas equipes.

Segundo ele, a higienização é feita de duas formas: uma manual e outra motorizada. A primeira é feita diariamente pelos trabalhadores com a utilização de carrinhos, equipados com os kits de higienização, compostos de produtos químicos, vassoura, rodos de teto e de parede, além de sugadores de pano, para enxaguá-lo. “Ao todo, usamos 11 carrinhos, sendo que dois deles ficam permanentemente no Centro Cirúrgico e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, explica Nelson Menezes.
 
Já a segunda, destinada exclusivamente a toda a superfície do piso do hospital, é realizada com a utilização de uma máquina lavadora e extratora. ”Ela dissolve a água no piso, faz a limpeza e, automaticamente, já recolhe toda a sujeira do ambiente para a própria máquina”, salienta o gerente do setor. No caso da higienização manual, além do piso, é feita em todas as instalações físicas do hospital, como as paredes e banheiros, além do mobiliário e equipamentos.

Tipos de limpeza

Do ponto de vista técnico, levando-se em conta a legislação em vigor são realizados dois tipos de higienização: uma concorrente e outra terminal. A primeira é o processo de limpeza diária de todas as áreas do estabelecimento, objetivando a manutenção do asseio, o abastecimento e a reposição dos materiais de consumo diário como sabonete líquido, papel higiênico e papel-toalha - , a coleta de resíduos de acordo com a sua classificação e em equipamentos fechados e apropriados para o fim.

Já a limpeza terminal é o procedimento de limpeza mais completo, incluindo todas as superfícies horizontais e verticais, internas e externas e mobiliários. É realizada após alta hospitalar, transferências, óbitos, como também em datas programadas, sendo essencial para um controle mais efetivo sobre as infecções hospitalares.

“No ano passado, readequamos todo o processo de limpeza, mais especificamente a terminal, levando em consideração a classificação das áreas”, explica a enfermeira Ana Luiza Gonçalves Silva, que integra o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HRL.

Essas áreas, de acordo com a enfermeira, são classificadas em críticas (UTI, Central de Material Esterilizado, Centro Cirúrgico), semicríticas, a exemplo da Reidratação e da Clínica Médica, e não-críticas, que engloba todo o setor administrativo e áreas por onde não circulam pacientes. “A depender da classificação do setor, o ambiente terá maior ou menor frequência de limpeza. No caso da UTI, recomenda-se que a unidade passe por no mínimo três higienizações ao dia”, esclarece Ana Luíza.

No caso das macas utilizadas no Pronto Socorro (Urgência) do HRL, elas também passam diariamente por processo de limpeza, mas quando transportam um paciente que sangrou ou suspeito de ter contraído uma doença infectocontagiosa, são encaminhadas automaticamente para nova higienização.

“Quando há contaminação por matéria orgânica - sangue e fluídos corpóreos que possam transmitir infecções, como a urina -, é preciso primeiro remover o excesso desse material, iniciando-se a limpeza química, com hipoclorito, por exemplo, ou a mecânica, que utiliza álcool a 70%, água e sabão, sempre seguindo a técnica recomendada e fazendo uso de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual]”, ressalta.