O Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) é a unidade referência no Estado para o atendimento aos pacientes de alto risco. Apesar de ser destinada a atender alta complexidade, mais de 80% dos atendimentos na unidade hospitalar de janeiro a abril foram classificados como de baixo risco, o que sobrecarrega a unidade.
Desse total de 80%, 39% são de são de pacientes que residem Aracaju. Outros 21% são de pacientes da regional de saúde de Aracaju, composta pelos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristovão, Itaporanga D' Ajuda, Santa Rosa de Lima, Riachuelo, Laranjeiras e Divina Pastora.
O Huse conta com a estrutura hospitalar e profissional necessárias para atender os casos urgência e emergências clínicas, cirúrgicas e oncológicas, além de ser o único hospital com Unidade para Tratamento de Queimados (UTQ). Além desses serviços, o hospital oferta a população serviços de especialidades médicas, como endoscopia digestiva, neurocirurgia, otorrinolaringologia, oftalmologia, ortopedia, cirurgia bucomaxilofacial, nefrologia e o serviço de hemodiálise.
De acordo com a coordenadora do Núcleo Interno de Regulação (NIH), Jurema Vianna, os casos de baixa complexidade, que deveriam ser assistidos pelas Unidades Básicas de Saúde e pelas UPAs, diariamente superlotam a Área Azul do Pronto Socorro do maior hospital do Estado. “O Huse trabalha com o regime porta aberta de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde, ou seja, todos que procurarem assistência na unidade serão atendidos", pontua
É o caso do auxiliar administrativo Joelson Santos. Ao sentir dores de cabeça e abdominais, ele procurou o hospital de urgência ao invés de uma unidade básica. “Toda vez que necessito venho diretamente para o Huse”, afirma.
Outra usuária do SUS que procurou assistência no Huse foi a dona de casa Gardênia Brasil. “Minha filha estava na escola, quando se sentiu mal. De imediato, fui até a UPA Nestor Piva. Como não consegui atendimento, vim até Huse”, relata.
Para que o paciente em estado mais grave tenha prioridade, o Huse trabalha com o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR). Este é um dispositivo da Política Nacional de Humanização (PNH), do Ministério da Saúde, e foi implantado nas unidades da rede hospitalar de urgência e emergência.
“A Classificação de Risco tem o objetivo reorganizar o fluxo no Pronto Socorro, avaliar o paciente na sua chegada, humanizando o atendimento e reduzindo o tempo de espera do atendimento médico. Esse dispositivo prioriza os atendimentos pela gravidade do caso e não pela ordem de chegada do paciente”, esclarece Jurema Vianna.
Hospitais Regionais
Um importante aliado para garantir atendimento à população, evitar a superlotação do Huse, em Aracaju, e fortalecer as políticas em saúde no estado de Sergipe são os Hospitais Regionais. Geridos pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), eles estão estrategicamente posicionados nos municípios de Lagarto, Nossa Senhora do Socorro, Nossa Senhora da Glória, Propriá, Estância e Itabaiana, e tem a finalidade ofertar melhoria da assistência descentralizada.
“Os hospitais regionais cumprem um papel importante. Hoje, por exemplo, o hospital de Estânicia já realiza cirurgias oncológicas de baixa e média complexidade. O Hospital de Lagarto conta com UTI. Então, tudo isso acaba refletindo para desafogar o hospital”, destacou Luciana Prudente, diretora operacional da Fundação.
Número de atendimentos de baixo risco no Huse ultrapassa 80%
02/06/2014 -
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