Número de queimados cresce em junho
Foto ilustrativa
09/06/2014 -
Em junho do ano passado, 110 pessoas deram entrada na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). O número impressiona, mas o que chama realmente a atenção é a quantidade de crianças atendidas: 23 ao todo. Se compararmos com o mesmo período do ano anterior, 2012, os dados são ainda mais alarmantes e mostram um crescimento de 21 casos. Para tentar conscientizar a sociedade da importância da prevenção de acidentes ao manusear material explosivo, líquidos quentes e outros produtos que possam provocar queimaduras, o Dia Internacional de Combate a Queimaduras foi instituído em 2009. A data foi comemorada na sexta-feira, 06.
Segundo a cirurgiã plástica Moema Santana, durante as festas juninas o número de queimados praticamente dobra e com a realização da Copa do Mundo nesse mesmo mês a preocupação é que essa quantidade aumente ainda mais. “É preciso cuidado ao manusear fogos e redobrar a vigilância com as crianças que estejam brincando próximo a fogueiras e nas cozinhas, pois esses são os principais casos envolvendo menores de dez anos. Já estamos com todo o aparato pronto para receber os pacientes que chegarem, e teremos um reforço ainda maior devido à Copa, pois as pessoas tendem a comemorar com fogos e isso pode provocar acidentes graves”, relata a médica.
Para dar mais agilidade ao atendimento, um esquema de trabalho diferenciado foi montado para os dias considerados de “pico” na UTQ. “Estamos com uma sala no pronto-socorro só para realizar os atendimentos de urgência de queimados, além de outra no setor de trauma para os casos mais extremos. Estaremos ainda com dois cirurgiões plásticos à disposição 24h na unidade entre os dias 21 e 25 e de 28 a 30, datas em que o número de queimados cresce consideravelmente. Vamos reforçar o atendimento também na abertura da Copa e em dias de jogo da seleção”, afirma Moema.
Moema relata ainda que entre os casos de atendimento mais comuns nessa época do ano estão a amputação total ou parcial de membros, em especial o de dedos em crianças. “As crianças representam um terço do total de atendimentos realizados. Entre as de zero a cinco anos, os principais casos de queimaduras são provocados por líquidos aquecidos, já os de dez a 11 anos chegam com casos de amputação por manuseio errado de fogos. Em 2012 foram realizadas 15 amputações e no ano passado esse número aumentou para 29. Ou seja, quase dobrou. Esperamos que este ano essa situação se reverta”.
Em acidente com fogos de artifícios não explosivos é necessário o quanto antes esfriar a área queimada com água corrente e em seguida proteger a lesão com um pano limpo. Já nos casos de explosão, é preciso proteger a área queimada com um pano limpo. Caso haja lesão da mão ou dos dedos, elevar o braço para diminuir a hemorragia. “Essas são medidas simples, mas que podem diminuir as dores e os riscos de infecções do paciente. Não utilize pasta de dente, manteiga, café, nada disso. Para evitar queimadura com fogos mais potentes, que podem levar à perda de membros, é importante manusear as bombas no chão ou com uma vara para afastar do corpo”, aconselha a cirurgiã.
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