Oficina de Samba de Coco anima “São João da Gente Sergipana
17/06/2014 -
A última sexta-feira, 13, dia de um dos Santos Juninos, Santo Antônio, foi bastante animado no Museu da Gente Sergipana. Ao som do Samba de Coco conduzido por Seu Diô e seu grupo do Mosqueiro, os brincantes e visitantes que compareceram ao museu aprenderam a dançar o ritmo e se divertiram muito. Rosualdo da Conceição, mais conhecido como seu Diô, é mestre de Samba de Coco e realizador do tradicional Samba de Coco do Mosqueiro. Ele é um dos ganhadores do Prêmio Culturas Populares – Edição 100 anos de Mazzaropi – A cultura popular no cinema, realizado pelo Ministério da Cultura em 2013.
Quem compareceu ao Museu não conseguiu ficar parado. Eloah Queiroz, de 6 anos, foi destaque na roda de samba de coco. A menina sergipana estava tímida no começo, mas depois que entrou na roda, parecia que já havia dançado diversas vezes, impressionando os outros participantes. Seu Diô comandou a brincadeira ensinando os passos e incentivando as pessoas a dançarem. “O meu prazer é apresentar o meu grupo para o povo, porque na verdade o povo é que é o meu grupo. A minha maior alegria é ver as pessoas dançando”, comentou o mestre. Seu Diô disse ainda que o Museu é um local ideal para a apresentação de diferentes grupos culturais e que poder dançar neste espaço é um privilégio.
O Samba de Coco é uma dança de origem africana que está ligada diretamente à formação dos quilombos, tendo também uma forte influência indígena. A marcação do ritmo, feita através de sapateados e de palmas, caracteriza-se por serem bem firmes. Ao dançarem, os participantes pisam forte no chão e desenvolvem seus passos. No samba de coco quem puxa os versos é o `tirador de coco´ e quem responde em coro são os outros participantes da dança.
A médica Suzana Dantas, de 55 anos, pisou firme no sapateado e respondeu os versos em alto e bom som. Ela soube da oficina por uma amiga e não deixou a oportunidade passar. “Eu nunca tinha dançado o Samba de Coco, mas já tinha ouvido falar. Realmente foi uma experiência diferente e encantadora. Eu adorei”. Outra brincante animada foi a professora do curso de dança da Universidade Federal de Sergipe, Jussara da Silva. Segundo a professora é essencial que eventos como este sejam realizados no Museu. “É fundamental atividades como esta aqui no Museu principalmente para quebrar a ideia de que museu é estático. Essa dinâmica é fantástica, nos proporciona interação com outro e com o que já foi”, completou.
O diretor de programas e projetos do Instituto Banese, Marcelo Rangel, estava muito satisfeito com a participação do público. “É uma satisfação imensa poder dar visibilidade e fazer com que essa gente sergipana que faz o nosso São João compartilhe o seu conhecimento com todo mundo. Perceber que as pessoas querem isso é muito bom. Nós tivemos um público de crianças, jovens e adultos interessados em aprender e conhecer. Nós do Instituto Banese estamos muito felizes com tudo isso, seu Diô é um tesouro, um mestre, que faz tudo isso como uma missão de vida, ele gosta de ensinar e por isso nós o trouxemos. Isso sim é a arte de ser sergipano”, ressaltou Marcelo.
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