Nos 448,9 km de rodovias federais de Sergipe, ocorreram 1.561 acidentes com 64 mortes em 2014. É o que aponta o relatório Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo a pesquisa, aproximadamente oito mil pessoas perderam a vida e cerca de 100 mil ficaram feridas, em 169 mil acidentes registrados pela PRF em 2014, com fortes impactos sobre o orçamento público e a renda das famílias atingidas. A análise mostra que, nesse período, ocorreram, em média, 463 acidentes por dia, envolvendo 301 mil veículos e 23 mortos – uma média de 1,78 veículo por ocorrência no Brasil.
Desde 2003, a frota nacional aumentou 136,5%; a de automóveis, 102,6%; e a de motocicletas, 269,8%, principalmente no Nordeste brasileiro (incremento de 414%), aumentando os conflitos nas ruas e rodovias e consequentemente a quantidade de vítimas de trânsito. Apesar dos automóveis estarem envolvidos na maior parte dos acidentes nas rodovias, aqueles envolvendo motocicletas são proporcionalmente mais letais. Eles respondem por cerca de 18% do total, mas em termos de mortes respondem por 30% do total e 40% de todas as lesões graves. Em 2014 houve cerca de 2,3 mil mortes em acidentes com envolvimento de pelo menos uma motocicleta, sendo que 44% dessas mortes ocorreram no Nordeste brasileiro. Isso é uma proporção muito maior do que a proporção de acidentes com envolvimento de motocicleta naquela região.
Os cerca de 170 mil acidentes de trânsito ocorridos nas rodovias federais brasileiras no ano de 2014 geraram um custo para a sociedade de R$ 12,3 bilhões, sendo que 64,7% desses custos estavam associados às vítimas dos acidentes, como cuidados com a saúde e perda de produção devido às lesões ou morte, e 34,7% estavam associados aos veículos, como danos materiais e perda de cargas, além dos procedimentos de remoção dos veículos acidentados.
O Ipea destaca que o maior valor estimado é referente à perda de produção das pessoas (43%), ou seja, quanto de renda uma vítima de trânsito deixa de auferir tanto ao longo do período em que esteja afastada das atividades econômicas quanto, no caso de morte, em relação a sua expectativa de vida. Os impactos da perda de produção recaem sobre a previdência social e também sobre a família, em função de seu empobrecimento. O segundo maior custo é o dano veicular, representando cerca de 30% do total, seguido dos custos hospitalares (20%).
Em média, cada acidente custou à sociedade brasileira R$ 72.705,31, sendo que um acidente envolvendo vítima fatal teve um custo médio de R$ 646.762,94. Esse tipo de acidente respondeu por menos de 5% do total de ocorrências, mas representou cerca de 35% dos custos totais, indicando a necessidade de intensificação das políticas públicas de redução não somente da quantidade dos acidentes, mas também da sua gravidade.
PRF
O inspetor Anderson Sales, assessor de Comunicação da PRF, destaca que a desatenção dos motoristas, ingestão de bebidas alcoólicas e desrespeito às regras de trânsito são as causas mais frequentes dos acidentes com fatalidade, indicando a necessidade de realização de campanhas educativas permanentes e investimentos na estrutura e da mão de obra nas PRFs de todo o País. “É importante lembrar que a fiscalização em si não é suficiente. A população precisa estar educada, a polícia não resolve o problema da população toda, resolve da minoria que eventualmente transgrede as normais. Aliado a isso está a estrutura viária, a melhora das vias também ajudou a reduzir os acidentes”, destaca.
Sales pontua ainda que a pesquisa bate na tecla de que a legislação brasileira de trânsito precisa evoluir. “Apesar do aumento absoluto no número de acidentes, se olharmos a frota, em relação ao número de acidentes, houve sim uma redução. O número de acidentes e mortes cresceu em menor proporção à frota. Na verdade, há um panorama de redução, o trânsito ficou mais seguro apesar de contar com mais atores transitando”, falou.
Rodovias federais de Sergipe registram 1.561 acidentes
24/09/2015 -
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